PROPRIEDADE PETROFÍSICA DE ROCHA CARBONÁTICA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR

Resumo

A ressonância magnética nuclear (RMN) de baixa resolução tem grande
importância na caracterização dos reservatórios de petróleo e o desenvolvimento
tecnológico dos últimos anos deixa evidente a sua vasta contribuição no entendimento
sobre o meio poroso das rochas, além de ter se tornado uma tecnologia valiosa. A técnica
de RMN nesse contexto envolve o uso do baixo campo magnético e explora as interações
magnéticas dos núcleos atômicos com o campo magnético externo a fim de obter tempos
de relaxação longitudinal (T1) e transversal (T2). A população de spins do meio poroso é
governada por mecanismos que controlam os processos de relaxação baseados nas
influências volumétricas, da superfície fluido-rocha e dos fenômenos difusionais. Por
certo o núcleo de hidrogênio é o alvo mais abundante no meio poroso das rochas, devido
principalmente a presença das moléculas de água e dos hidrocarbonetos. Além disso, os
sinais temporais obtidos da RMN dos fluidos confinados advém do trem de spin-eco que
fornecem informações sobre a distribuição do tamanho de poros e as contribuições
individuais dos fluidos, como também podem auxiliar na estimativa das propriedades
petrofísicas. Portanto, a aplicação da RMN permite estimar as propriedades petrofísicas
do reservatório, tais como porosidade, permeabilidade, pressão capilar, saturação e
molhabilidade, possibilitando conhecer o volume de óleo in place do reservatório. No
entanto, quando se fala de rochas carbonáticas, o estudo dessas propriedades é complexo
devido a presença da anisotropia na escala de poros, da diversidade estrutural do meio
poroso e variação direcional das propriedades petrofísicas. Essa complexidade é resultado
dos processos geológicos que deram origem aos carbonatos, de forma que os reservatórios
de petróleo dessa natureza ainda representam um grande desafio para os especialistas.