ENERGIA EÓLICA OFFSHORE – FUNDAMENTOS E ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA SUA IMPLANTAÇÃO NO BRASIL

Resumo

A exploração dos recursos presentes no mar é uma realidade que acompanha a
humanidade desde tempos muito remotos. Diversas fontes de recursos, incluindo por
exemplo o próprio pescado, compondo a tradicionalidade e o modo de vida de tantas
comunidades e da própria sociedade. No caminho do desenvolvimento da humanidade,
passamos também pela quase extinção das baleias, já que sua gordura foi a principal
matéria prima para iluminação pública, até recentes 100 anos atrás. Mas, aí (e que bom
para as baleias), o petróleo chegou para ficar: explorado principalmente no mar, que é
que chamamos de offshore (fora da terra) e, em menor escala, onshore (na terra). Não há
dúvidas sobre a importância do petróleo para a geração de energia e para o
aproveitamento das mais diversas formas de seus hidrocarbonetos. Contudo, o “ouro
negro” é um recurso esgotável, provoca a liberação de gases relacionados ao efeito estufa
quando utilizados como combustível e, a depender dos produtos elaborados a partir de
seus hidrocarbonetos, resulta em pouco ou nenhum potencial de reciclagem. Assim, é
clara (como a parafina gerada a partir do petróleo) a necessidade e o compromisso com o
meio ambiente em investir em opções mais conscientes e responsáveis de geração de
energia. Tem sido urgente buscar fontes menos predatórias e já temos tecnologia
suficiente para isso. E um dos principais e mais abundantes recursos para uma geração de
energia mais responsável sempre esteve do nosso lado: o vento. A indústria de geração
de energia elétrica a partir dele vem crescendo a cada ano: ao final de 2019, atingiu a
capacidade de produção instalada de 650 GW. No entanto, como sua exploração depende
de fatores não exatamente controláveis, pois depende de fatores ambientais, naturais,
geográficos, entre muitas outras questões, não é possível simplesmente “criar” vento. Há
a necessidade de aplicar técnicas que mapeiem locais mais apropriados para a exploração
eólica. Há uma tendência pela migração para o meio offshore, onde a ocorrência de ventos
é mais abundante e menos imprevisível, além de algumas outras vantagens. Este trabalho
foi inspirado nesses fatores e na perspectiva de uma relação sociedade e meio ambiente
mais equilibrada. Aqui, o vento em seus aspectos fundamentais é abordado, assim como
o avanço da indústria eólica nos últimos anos e, finalmente, qual o potencial de
exploração presente no Brasil.